domingo, 7 de dezembro de 2008

É preciso ter acordo

Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo? (Amós 3.3). Enganam-se os cristãos que não vivem sempre em comunhão com o Senhor, pois quem anda segundo a carne só produz as obras da carne. A nossa luta é espiritual, por isso, precisamos estar revestidos pela Palavra, para termos voz ativa no mundo espiritual (Efésios 6.11). Há assuntos que se resolvem pelo poder da mente e pela nossa capacidade, mas, somente andando com Deus, nós O teremos como o nosso Socorro. Não entendo como há pessoas que, mesmo tendo aceitado Jesus, não procuram estar em comunhão com Ele. Ir à igreja é um dos melhores atos que se pode praticar, mas fazê-lo sem o propósito de encontrar o Altíssimo é perda de tempo. O sábio busca envolver-se com o Pai (Salmo 105.4), no entanto, quem não abre o coração para Ele vive fora da Sua ação. Andar sem a direção divina é viver na carne (Romanos 8.8). Isso não significa que a pessoa esteja em pecado – na verdade, ela age segundo a sua natureza. Ora, com o entendimento do homem, jamais conseguiremos descobrir o plano de Deus tampouco executá-lo. O que nos vem à mente fora do Senhor pode vir de nós ou do inimigo – e nada que seja originário do adversário deve ser tolerado. Uma simples dor ou um pequeno aborrecimento podem ser sinais de uma grande tempestade que está por vir. No entanto, Jesus nos orientou a vigiarmos e orarmos para não entrarmos em tentação (Mateus 26.41). Todas as nossas lutas são espirituais (Efésios 6.12). Então, quando estamos bem com Deus, Ele mesmo nos abre as portas e nos fortalece para fazermos a oração da fé. Sem o revestimento espiritual que nos é dado pela Palavra de Deus e sem o poder celestial fornecido pelo batismo com o Espírito Santo, a nossa voz é fraca e impotente. Contudo, iluminados pela Palavra e sentindo a presença do Santo Espírito, podemos determinar o que aprendemos ser nosso ou repreender o mal, pois seremos atendidos. O mundo da mente é vastíssimo, mas limitado, porque aquilo que o nosso entendimento produz tem valor apenas no plano natural. Então, se estivermos sob o ataque do inimigo, só conseguiremos livrar-nos estando revestidos da autoridade divina. Orar sem a unção do Alto é como fazer uma reza “para boi dormir”. É preciso andar com o Senhor para que Ele seja o nosso Socorro bem presente na hora da tribulação (Salmo 46.1). Mas Ele somente andará conosco se houver mútuo acordo, o qual se dá na atenção que damos ao que Ele nos fala pela Sua Palavra. Em Cristo, com amor, R. R. Soares

Dormir enquanto os ventos sopram



Um fazendeiro possuía terras ao longo do litoral do Atlântico. Ele anunciava constantemente precisar de empregados, mas a maioria de pessoas estava pouco disposta a trabalhar em fazendas ao longo do Atlântico: temiam as horrorosas tempestades que varriam aquela região, fazendo estragos nas construções e nas plantações.
Procurando novos empregados, o fazendeiro recebeu muitas recusas. Finalmente, um homem baixo e magro, de meia-idade, aproximou-se do fazendeiro.
− Você é um bom lavrador?, perguntou o fazendeiro.
− Bem, eu posso dormir enquanto os ventos sopram, respondeu o pequeno homem.
Embora confuso com a resposta, o fazendeiro, desesperado por ajuda, deu-lhe emprego. O pequeno homem revelou-se um bom trabalhador, mantendo-se ocupado do amanhecer até ao anoitecer, e o fazendeiro estava satisfeito com o seu trabalho.
Então, uma noite, o vento uivou ruidosamente. O fazendeiro saltou da cama, pegou num candeeiro e correu até ao alojamento dos empregados. Sacudiu o pequeno homem e gritou:
− Levante-se! Está a chegar uma tempestade! Amarre as coisas antes que sejam arrastadas!
O pequeno homem virou-se na cama e disse firmemente,
− Não, senhor. Eu disse-lhe, posso dormir enquanto os ventos sopram.
Zangado com a resposta, o fazendeiro estava tentado a despedi-lo imediatamente. Mas, em vez de o fazer, apressou-se a sair do alojamento dos empregados para prevenir os efeitos da tempestade. Do empregado, trataria depois.
Mas, para seu assombro, descobriu que todos os montes de feno tinham sido cobertos com lonas firmemente presas ao solo; as vacas estavam bem protegidas no celeiro, os frangos nos aviários, e todas as portas muito bem travadas. As janelas bem fechadas e seguras. Tudo tinha sido amarrado ou seguro. Nada poderia ser arrastado.
O fazendeiro, então, entendeu o que seu empregado quis dizer, regressou à sua cama para também dormir enquanto o vento soprava.